domingo, 26 de abril de 2009

Teatro Fórum com cientistas - a c.q.d. na Noite dos Investigadores 2009

Toda a gente pode fazer Teatro, até mesmo os actores - Augusto Boal

O Teatro do Oprimido foi criado em 1971 por Augusto Boal (n. 1931) – actor, encenador e dramaturgo brasileiro, adaptou as ferramentas do teatro convencional para serem usadas por não actores de forma a enfrentar e solucionar problemas sociais que se agravavam no Brasil da ditadura militar. De pequenos grupos homogéneos, de operários, agricultores, prisioneiros ou mulheres, a força da técnica foi reconhecida mundialmente e hoje em dia é usada por vários grupos para como forma de provocar o debate e a mudança social e cultural.

O Teatro-Fórum (TF) é a principal técnica do Teatro do Oprimido. É construído um espectáculo baseado nas vivências do grupo de não actores, onde entram em conflito personagens oprimidos e opressores de uma forma clara e objectiva. Neste confronto o oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena para substituir o Protagonista (o oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado, representando no palco e não da plateia as estratégias, ideias e soluções que quer propor. Os restantes actores reagem improvisando dentro do personagem, de forma a permitir uma análise sincera das possibilidades reais das sugestões trazidas pelo espectador na vida real. Assim, o TF apresenta-se como um ensaio colectivo para a realidade.

O Teatro-Fórum busca romper os rituais tradicionais do teatro que reduzem o público ao imobilismo e à passividade. A proposta é a de estabelecer um verdadeiro diálogo entre palco e plateia, personagens e propostas concretas, em que o público entra em cena para transformar a história. É por isto que Boal defende que no Teatro do Oprimido não há espectadores mas sim "espect-atores". Este diálogo é mediado por um "coringa", pessoa que actua como interlocutor entre as partes e estimula a discussão e a participação.

Construiremos espectáculos de teatro-fórum baseados nas vidas quotidianas dos cientistas, os seus problemas concretos, angústias e inquietações pessoais e profissionais. Apesar de serem específicas deste grupo devem reflectir o seu impacto social e ser um espelho e projecção para outras realidades comuns.Os espectáculos serão desenvolvidos através de improvisações sobre temas intrínsecos ao grupo de trabalho e os actores serão os cientistas-eles-mesmos.

Parabéns Romeu!


O Romeu Costa, que vai estar a dirigir os Cientistas ao Palco nos projectos de Teatro Fórum e Stand-up em Lisboa (organização c.q.d. para a Noite dos Investigadores 2009), foi nomeado como melhor actor pela peça Mona Lisa Show (encenação de Pedro Gil), para os Globos de Ouro 2009.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Cientistas ao palco

Este ano, em Portugal, os cientistas são chamados ao palco para celebrar a «Noite dos Investigadores» de uma forma especial e diferente: através do teatro!Assim, é com grande entusiasmo que as entidades parceiras da «Noite dos Investigadores 2009» convidam os cientistas a participar nesta ousada experiência, proporcionando através da arte dramática uma diferente visão e forma de expressão de si mesmos e do seu trabalho, e de comunicar com o público.

A Noite dos Investigadores é uma iniciativa europeia que se realiza desde 2005 em várias cidades dos Estados Membros da EU e que pretende aproximar o público da Ciência em geral e dos cientistas em particular. Pretende-se envolver os investigadores na construção de uma nova imagem dos cientistas, mais real e humanizada, descolando-os dos estereótipos da ficção e aproximando-os dos cidadãos.

Em 2009, a Noite acontece no dia 25 de Setembro, envolvendo várias cidades europeias. Em Portugal, a Noite celebra-se através do teatro, num projecto que reúne em parceria centros de investigação, uma PME, um museu de ciência e vários grupos de teatro e que ocorre em simultâneo em várias cidades do país. A c.q.d. também lá está!

Na capital, a Noite será celebrada levando os cientistas a múltiplos palcos, por via do teatro-forum, da stand-up comedy e do teatro do movimento – e já que também se celebra Darwin e Galileu, montaremos os palcos entre o verde e sob as estrelas, nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

No Porto, os cientistas estarão no palco e na audiência, envolvidos em diferentes peças desvendando Darwin, Galileo os desafios que os cientistas enfrentam ao longo da sua carreira.

Em Coimbra, a comédia levará o público a Darwin e aos cientistas de hoje. Uma peça de teatro sobre Julio Verne será ainda o ponto de partida para a interacção entre conhecimento científico e sociedade.

Em Faro, a interacção entre cientistas e o público focará a vida e as descobertas de Darwin, através de peças destinadas a crianças e adultos.

Workshop ‘Cientistas ao Palco’
Em Lisboa, começamos já a preparar o grande dia.Serão usadas três abordagens ao teatro e para que todos as conheçam e possam escolher com quais pretendem trabalhar disponibilizamos o Workshop ‘Cientistas ao Palco’, que se realizará nos próximos fins-de-semana de 18-19 e 25-26 de Abril.
O Workshop será o ponto de partida para uma série de ensaios que decorrerão a partir de Maio, e culminarão com os espectáculos do grande dia, 25 de Setembro.

Mais informação no blog cientistas ao palco.

Esperamos por si!